quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Paulo Bomfim e seus 88 anos



      

  Música, arte, história e muita emoção. Esses elementos marcaram o evento “Epopeia de 32 – Uma visão bomfiniana”, realizado hoje (30/09/2014) pelo Tribunal de Justiça, Tribunal Regional Eleitoral e Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo, no Salão dos Passos Perdidos do Palácio da Justiça, sede do TJSP. Grandes nomes do Direito, autoridades civis e militares, artistas, acadêmicos e escritores se reuniram para celebrar o 82º aniversário da Revolução Constitucionalista de 1932, ato inspirado na trajetória e obra do poeta Paulo Bomfim, chefe de gabinete do TJSP e decano da Academia Paulista de Letras, que completou 88 anos na data de hoje.

 Paulo Bomfim recebe os cumprimentos dos convidados

        O presidente do TJM, juiz Paulo Adib Casseb, destacou a importância de não esquecer a história. “O momento merece ser festejado. A revolução de 32 deixou inúmeros exemplos de idealismo, algo que falta para a sociedade contemporânea.” Também falou sobre o trabalho de Paulo Bomfim e finalizou o discurso ao ler trecho de uma de suas poesias. “Procuro renascer todos os dias. Não concordo em morrer vivo. Sou um rebelde de paletó e gravata.”

        O desembargador Antonio Carlos Mathias Coltro, presidente do TRE-SP, e seu pai, Armando Coltro, também prestigiaram a cerimônia. Armando Coltro e Paulo Bomfim são amigos desde os tempos da juventude. “Paulo, você que representou a Revolução de 32 por meio da poesia, merece esta homenagem que os três tribunais fazem nesta data”, afirmou o presidente do Tribunal Eleitoral.

 Dra. Thais Fernanda Bizarria; jornalista Pedro Nastri; Dr. Aurélio e o Poeta Paulo Bomfim

        O presidente do TJSP, desembargador José Renato Nalini, em discurso emocionado, falou sobre a convivência com Paulo Bomfim, que é conhecido como “O príncipe dos poetas”. Destacou sua generosidade, doçura e crença na espécie humana. “Dentre os inúmeros benefícios que a Providência me aquinhoou, escolho como preciosidade única, o convívio com este meu irmão caçula! Caçula, sim, pois ele continua vivaz, inquieto, travesso, criativo e sedutor. Aprendo com ele todos os minutos. É um repertório vivo da História de São Paulo e da Justiça, lenitivo permanente neste ‘planalto dos desencontros, porta dos aflitos, rosa dos eventos’ em que nos encontramos todos”, disse o presidente, citando trecho do livro do homenageado, “Aquele Menino”.

        A tarde de comemorações contou com música e declamações de poesias de Bomfim sobre a Revolução e sua amada São Paulo. Entre os artistas e amigos do poeta que proporcionaram momentos emocionantes para o público estavam a desembargadora e presidente do Capítulo Brasileiro da International Association of Women Judges, Maria Cristina Zucchi, José Jantália, Pedro Paulo Penna Trindade, cel. Luiz Eduardo Pesce Arruda, Kleiber de Souza, Italo Peron, Evanir Castilho, Eliana Martins, Aldo Scaglione e Trio, Ciça e Di Bonetti.

        O amigo e confrade da Academia Paulista de Letras Juca de Oliveira recitou o Soneto nº 2 de Paulo, que começa com os versos “Venho de longe, trago o pensamento / Banhado em velhos sais e maresias; / Arrasto velas rotas pelo vento / E mastros carregados de agonias”. O jornalista Salomão Ésper declamou “Os Jovens de 32” e o ator Lima Duarte, também amigo de juventude, ficou com a missão de interpretar “Insólita Metrópole”, uma declaração de amor à cidade. “Planalto dos desencontros, porto dos aflitos, rosa de eventos onde até o futuro tem pressa de chegar. Mal-amada cidade de São Paulo, EU TE AMO!”, exclamou Lima ao pronunciar os últimos versos do poema.

        Paulo Bomfim recebeu do cel. Mario Ventura, presidente da Sociedade Veteranos de 32 – MMDC, o colar Cruz de Honra ao Mérito Constitucionalista. Também foi agraciado com obras das artistas Camila Giudice e Regina Maria Bernardini de Carvalho, assim como recebeu uma recordação do desembargador Mathias Coltro. O poeta recebeu as obras ao lado do bisneto Vitor.

        Também compareceram ao evento, que lotou o Salão dos Passos Perdidos do Palácio da Justiça, a secretária da Justiça e da Defesa da Cidadania, Eloisa de Sousa Arruda, que representou o governador; o deputado federal Gabriel Chalita; o corregedor-geral da Justiça de São Paulo, desembargador Hamilton Elliot Akel; o presidente da Seção de Direito Privado do TJSP, desembargador Artur Marques da Silva Filho; o presidente da Seção de Direito Criminal do TJSP, desembargador Geraldo Francisco Pinheiro Franco; o presidente da Seção de Direito Público do TJSP, desembargador Ricardo Mair Anafe; a conselheira do Conselho Nacional de Justiça, Deborah Ciocci; o ministro Sidnei Beneti; o ministro Celso Lafer; o ex-presidente do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, desembargador Newton de Lucca; o presidente da Academia Paulista de Magistrados, desembargador Renato de Salles Abreu Filho; o presidente do Instituto Paulista de Magistrados, desembargador Jeferson Moreira de Carvalho; o presidente da Academia Brasileira de Direito Criminal e secretário-geral executivo da Comunidade de Juristas da Língua Portuguesa, desembargador Marco Antonio Marques da Silva; o 2º vice-presidente da Associação Paulista de Magistrados, desembargador Oscild de Lima Júnior, representando o presidente; o presidente do Grupo de Apoio à Justiça, desembargador Silvio Marques Neto; representando também a Academia Joseense de Letras; o chefe do Gabinete Civil da Presidência do TJSP, juiz Afonso de Barros Faro Júnior e o coordenador do evento juiz Ricardo Felício Scaff; a representante do Colégio Notarial do Estado de São Paulo, Ana Paula Frontini; o chefe da Procuradoria no Tribunal de Contas, procurador do Estado Luiz Menezes Neto, representando o procurador-geral do Estado; a vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção São Paulo, Ivete Senise Ferreira, representando o presidente; o presidente da Academia Paulista de Letras, Antonio Penteado Mendonça; o presidente da Academia Campinense de Letras, Agostinho Toffoli Tavolaro; o presidente da UBI – União Brasileira de Imprensa, Pedro Oswaldo Nastri; o presidente do Instituto dos Advogados de São Paulo, José Horácio Halfeld Rezende Ribeiro; o chefe da Assessoria Policial Militar do TJSP, cel PM Washington Luiz Gonçalves Pestana, representando o comandante-geral; o chefe do gabinete da Assessoria Policial Civil do TJSP, Fábio Augusto Pinto, representando o delegado-geral; o presidente do Clube dos 21 Irmãos Amigos de São Paulo, Manoel Joaquim Ribeiro do Valle Neto; Raul Cutait; o maestro Eduardo Escalante; a cantora lírica Marila Zírquel; as pianistas Juliana D'Agostini, Eny da Rocha e Eudóxia de Barros; desembargadores, juízes, promotores, advogados, servidores, artistas, escritores, acadêmicos, integrantes das polícias Civil e Militar, familiares e amigos do poeta.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Documentos da Ditadura - Movimento Estudantil - Pedro Oswaldo Nastri / Pedro Nastri


Pedro Oswaldo Nastri - Militante estudantil

Pedro Oswaldo Nastri ou, simplesmente Pedro Nastri, é jornalista,cronista e escritor, brasileiro, casado com Patricia Altafini, filha do ex centro avante da Seleção Brasileira Campeã Mundial em 1958, José Altafini (Mazzola) e, profundo conhecedor da história da cidade de São Paulo e, em especial, ao bairro do Brás. Seus artigos e histórias estão publicados nos jornais O Estado de São Paulo e Folha de São Paulo, além dos sites http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Www.vivasp.com&action=edit&redlink=1 e saopaulominhacidade.com.br

Nascido à 29 de junho de 1956, no bairro do Brás cursou o Grupo Escolar "Eduardo Prado" por volta de 1964. Fez o ginásio e colégio, hoje equivalente ao ensino médio, no Colégio Anne Frank e mais tarde ingressou no Colégio Equipe Vestibulares, onde participou ativamente dos movimentos estudantis, na época da ditadura militar, confeccionando jornais clandestinos que seriam distribuidos em escolas e cursinhos.
Preso em 1975 pelo Grupo de Repressão, foi conduzido ao DOPS para averiguação de subversão. Logo após passar por uma revista do então delegado Dulcídio Wanderley Boschilia, que mais tarde viria a ser o tão polêmico arbitro de futebol, foi dispensado na condição de não mais fazer parte destes grupos ditos "agitadores".
Preso em 22 de setembro de 1977, por participar do ato de refundação da UNE na PUC Pontifícia Universidade Católica, onde quase 3 mil policiais civis e militares comandados pelo então Secretário de Segurança Pública Coronel Erasmo Dias, reprimiram as manifestações do estudantes ali reunidos. Muitos saíram queimados devido ao uso de bombas de fósforo. Cerca de 1.100 estudantes foram presos.
Mais uma vez, conduzido ao DOPS, prestou novo depoimento e, após ser agredido por policiais, fora novamente dispensado, sendo que por alguns anos teve de comparecer àquele local, para assinar ficha de boa conduta.

A ação descabida e desproporcional da repressão levou a indignação às ruas. A sociedade clamava o fim da ditadura e não se omitiu diante da selvageria na PUC. No dia seguinte, houve uma reação grande nas universidades e passeatas. Os presos que foram enquadrados na Lei de Segurança Nacional acabaram sendo soltos no dia 23, diante das inúmeras manifestações que pipocaram pelo país inteiro.

Da esquerda para direita (em pé): Gato, Pedro Nastri, Silvinho,
 (abixados) Roberto, Paulinho e Pelais
Pedro Nastri participou, também, do movimento poético na época do "Grupo Poetasia", no início dos anos 80, grupo este que lançou, do alto de alguns prédios da Avenida Paulista, a chuva de poesias.Colaborou na confecção do
Jornal Lira Paulistana, marco da revolução cultural daquela época e que tinha sua redação em um porão da Rua Teodoro Sampaio, além de funcionar como um teatro, abrigando shows com artistas de vanguarda; Com o "Micro Jornal", publicação irreverente que era vendido em cafés; Shopping News, City News e Jornal da Semana, publicações de propriedade do DCI - Diário do Comércio e Industria, ainda localizado na Rua Almeida Lima; ““Folha de Esportes””, o primeiro jornal de esportes amador, distribuído gratuitamente na Capital de São Paulo.
Pedro Oswaldo Nastri / Pedro Nastri

Escreveu algumas peças teatrais, que foram encenadas em auditórios confinados; além de participar e organizar grupos de jovens em paróquias católicas com o propósito de organizar os movimentos estudantis.
Hoje, além de atuar na área jornalística, exerce o cargo de Diretor Cultural da “”A.P.I”” Associação Paulista de Imprensa..